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terça-feira, 1 de maio de 2012

Palestra de Lídia Jorge - Relatório

Lucas Sá - 10ºA

INTRODUÇÃO
No passado dia 27 de fevereiro de 2012, entre as 10h20 e as 11h50, decorreu no anfiteatro da Escola Secundária Pinheiro e Rosa uma palestra sobre o tema “O Livro na Era da Informática”, proferida pela escritora Lídia Jorge. Estiveram presentes duas turmas do 10º ano, uma de 11º ano e outra de 9º Ano da Escola Afonso III. Serve o presente relatório para relatar os temas abordados na referida sessão.

DESENVOLVIMENTO
A sessão foi iniciada com agradecimentos por parte de um membro da Direção da Escola pela presença da escritora, evento que se realizava pela terceira vez. De seguida, e antes de se ter passado a palavra a Lídia Jorge, o seu sobrinho, professor Joaquim Rodrigues, fez um resumo dos dados biográficos e bibliográficos da autora. De entre todos os referidos destaco os seguintes: Lídia Jorge nasceu em 1946, em Boliqueime, no Algarve, e, desde pequena, sempre se interessou pelas letras; frequentou a Escola Secundária João de Deus, em Faro, e formou-se em Filologia Românica na Faculdade de Letras de Lisboa; além de escritora, foi professora do ensino secundário e universitário, ocupou um cargo na Alta Autoridade para a Comunicação Social; escreveu diversos livros (alguns dos quais adaptados para o cinema/teatro, destacando-se: A Costa dos Murmúrios e A Maçon);  ganhou vários prémios quer nacionais quer internacionais. Penso que foi uma introdução breve à vida e obra da escritora, sendo, no entanto, esclarecedora.
Foi então passada a palavra a Lídia Jorge, que começou por agradecer o convite e congratular-se pelo facto da Escola ainda ter um espaço chamado “Biblioteca”, pois tem-se assistido a uma degradação deste espaço nas escolas do País, havendo cada vez mais a tendência para a substituir por uma sala de recursos. Começou então a abordar o tema da palestra. Na sua opinião, por vivermos na “Era da Informática”, somos cada vez mais dependentes de aparelhos eletrónicos, algo que não devia acontecer. Lídia Jorge chegou mesmo a comparar muitas pessoas dependentes a doentes terminais que estão ligados a máquinas. Referiu a importância dos «Livros», a influência que eles têm nas nossas vidas, salientou a situação histórica de Portugal como um país de analfabetos e destacou o prazer que sentia ao ver crianças entretidas com livros.

Lídia Jorge passou então a falar da alfabetização na literatura e na arte. Para a escritora, existem no mundo, neste momento, duas perspetivas: a do analfabeto  em literatura e a de que uma pessoa só pode ser realmente culta e um verdadeiro especialista a partir do momento em que se alfabetiza nas letras e nas artes. A autora defendeu ferreamente a segunda opinião, referindo que um médico não é verdadeiro médico, um advogado não é um verdadeiro advogado, ou um neurocientista não é um verdadeiro neurocientista, sem a cultura que apenas é possível alcançar através da literatura. Lídia Jorge continuou a sua dissertação explicando que quem “vive” de livros em vez de acessórios eletrónicos tem uma melhor capacidade de concentração, paciência, escuta e compreensão, além de um conhecimento mais profundo. Para ilustrar este ponto de vista, a escritora leu um excerto de Blaise Pascal, para  explicar que uma pessoa que consegue viver apenas com os livros e consigo própria é uma pessoa com uma boa educação. Lídia Jorge defendeu que facilmente se distingue uma pessoa alfabetizada em literatura de uma que não o é, ainda que por fora sejam iguais. Pessoalmente, penso que este assunto (o da alfabetização na literatura e na arte) é de uma grande importância para a autora, visto que o abordou longamente e com bastante ênfase.
De seguida, e para poder convencer os alunos de que a leitura é indispensável e interessante na formação de qualquer ser humano, Lídia Jorge leu duas páginas de As Velas Ardem Até ao Fim, de Sándor Márai e o poema “Caminhante”, de Antonio Machado. Para a autora, dizer que a leitura é positiva e boa não é suficiente, é preciso mergulhar-se nela, para se compreender realmente a sua implicação.
Para finalizar a palestra, houve uma sessão de perguntas subordinadas à problemática da escrita, nomeadamente sobre a inspiração para escrever e o impacto que as obras publicadas internacionalmente têm na vida da escritora.
Depois, uma outra aluna interveio para defender que, muitas vezes, os jovens não gostam de ler, porque a leitura lhes é imposta. Sobre esta intervenção, Lídia Jorge clarificou a ideia da necessidade de uma educação para a leitura que é da responsabilidade da instituição escola. A «Escola» tem o dever de formar bons leitores,  que só o serão, após a leitura de obras de reconhecido mérito cultural e de autores de referência dentro da Literatura. A leitura de obras obrigatórias constantes no programa da disciplina de Português é, portanto, uma necessidade para alargar horizontes e lançar as bases para leitores críticos.
Por fim, e porque o tempo já escasseava, Lídia Jorge agradeceu mais uma vez o convite, bem a como a presença de um auditório tão cheio.

CONCLUSÃO
 Na minha opinião, a palestra foi muito lucrativa, pois Lídia Jorge abordou assuntos atuais e pertinentes, manifestou pontos de vista fundamentados e convincentes. Foi uma experiência diferente e, por isso, faço um balanço bastante positivo. Como ponto negativo, sinto-me tentado a apontar apenas o facto da autora se ter, por vezes, alongado e repetido um pouco.

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