Estamos de volta!...

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quarta-feira, 14 de março de 2012

Um Mundo atrás de Versalhes

Chamo-me Sophie e fui dama de companhia da Rainha de França. Para mim Maria Antonieta sempre foi um exemplo a seguir, pois, apresentava-se sempre bem vestida, maquilhada e penteada. Era a mulher com os melhores vestidos e jóias que eu alguma vez tinha visto.
Maria quando veio para o Palácio de Versalhes, não sabia ao certo para o que vinha. Sempre achei que ela era uma rapariga que vivia num mundo cor-de-rosa, deixando a realidade um pouco de parte.
Tudo começou aos 14 anos, quando se casou com Luís de Bourbon. Foi a partir daí que comecei a temer por Maria Ela sempre ligou muito à família, e orgulhava-se da sua. Chegou ao ponto de me dizer: “ Orgulho-me tanto de ainda ter os meus irmãos vivos. Isso contraria este padrão de mortalidade infantil elevado!” Eu estive sempre presente nestes seus momentos de desabafo.
Diziam por aí que ela dispensou boa parte das damas de companhia, mas eu não fiz parte desse grupo, pois sempre estive ao seu lado, tanto nos bons como nos maus momentos. Ela dizia-me que era fascinada por fantasia. Adorava fazer comigo passeios de carruagem. Mas as festas, as óperas, os teatros e os bailes eram o que mais a fascinavam. Ainda me lembro de um dos bailes de máscaras onde participámos. Esse foi um escape para ela poder namoriscar com alguns nobres. Ela pensava que ninguém sabia de tais escapadelas, mas eu sempre tive conhecimento e mantive-o em segredo. Pois sempre achei que Luís XVI não era homem para ela nem para ninguém. Mas o que eu realmente nunca gostei, era daquela princesa de Lamballe. Eu sentia que ela fingia ser amiga dela, e Maria estimava-a sempre como se fosse uma grande amiga. Mas é claro que nunca expus estes meus pensamentos e sentimentos à Rainha. O pior momento que Maria Antonieta passou foi quando se sentiu pressionada a gerar um filho. Estive constantemente perto dela nesses momentos de angústia. Mas o melhor aconteceu quando ela conseguiu engravidar. As primeiras palavras dela para a filha tocaram-me bastante. Ela disse: “Pobre menina, não és o que eu desejava, mas não é por isso que me és menos querida.” Porque na altura todos esperavam um menino. Até que finalmente, tempos depois, deu à luz o que era tão esperado. Os seus olhos fixaram nos meus, como se me dissesse que já tinha realizado o seu objetivo. O rei levou 11 anos para lhe dar um delfim, parece mentira! Durante o parto, nem eu, nem mais nenhuma dama, lhe disseram qual o sexo do bebé. O rei é que quis vir todo glorioso dizer-lhe: “ Madame, realizastes os nossos desejos e os da França, sois mãe de um delfim!”. Lágrimas de felicidade correram pela cara de Maria, pois esta criança chegara como um salvador. Tempos depois, acabou por ir para uma casa campestre, aqui perto de Versalhes. Foi um período de paz para ela. Senti que no campo ela abstraia-se de tudo. Eu sentia-me tão feliz por ela! A Natureza era abundante, havia animais e até uma horta. Nesta época, vi que ela se tinha tornado uma mulher mais simples e menos luxuosa. Este período de tempo no campo fez com que ela ficasse diferente, até eu própria sentia isso. Mas este tempo de paz acabou depressa. Pois a escassez de alimentos gerou a fome e a revolta no povo francês. No dia em que regressou ao Palácio, um grupo de pobres pedia insistentemente pão para comer. Maria disse:” Se não têm pão, que comam bolos!”. Senti que isto foi dito da boca para fora, pois ela sentia-se pressionada pelo povo e aprisionada no Palácio. Mas a situação agravou-se quando a família real foi levada de Versalhes para Paris. Foi a pior altura da minha vida, pois senti que se iniciava uma Revolução. Ela recusava sempre as possibilidades de acordo com os revoltosos, fazendo com que o rei inflamasse os ânimos. No fundo, eu sei que ela desejava a derrota francesa e a queda de França. O seu marido foi guilhotinado por se mostrar incapaz de resolver a crise económica, financeira e social de França. Logo depois foi ela condenada à morte por traição e por ser instigadora da Guerra Civil. Ainda me custa tanto dizer estas palavras… Mas eu estive lá. Via a dirigir-se para a guilhotina num banco de madeira dentro de uma espécie de gaiola horripilante. Sentia-a tão desgastada, com o cabelo esbranquiçado, diferente daquele loiro reluzente que antes tinha e os olhos vermelhos quase em sangue de tanto chorar. Não era a mesma Maria Antonieta que eu tinha conhecido e acompanhado durante anos. Era agora uma Maria massacrada pela vida.  Uma gigantesca multidão aproximava-se à “Place de la Concorde”, para assistir àquele momento horrendo, a morte da Rainha de França, na guilhotina. A cabeça foi-lhe cortada e levada para o cemitério, onde estava enterrado o marido. O povo francês recebeu com uma espécie de alívio e alegria este acontecimento. E eu … por aqui fiquei. Ainda hoje sinto um vazio a encher-me o peito, pois morreu a Rainha mais especial da História da França.
Trabalho realizado por:  Adriana Marta nº1 11ºE

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