Cientista do projecto OPERA, que mediu neutrinos a violarem a proibição de Einstein. Fotografia © Reuters |
Um segundo grupo de cientistas ligado ao mesmo laboratório onde foram detetados neutrinos "mais rápidos do que a luz" veio, este fim de semana, rejeitar as conclusões dos colegas, afirmando que estas partículas elementares não podem ter ultrapassado a barreira imposta pela Relatividade Geral de Einstein.
Investigadores do projecto ICARUS, do laboratório italiano Gran Sasso - o mesmo onde os físicos ligados ao projecto OPERA afirmam ter medido duas vezes neutrinos a viajar mais rápido do que a luz – publicaram, este sábado, um artigo em que argumentam que as medições divulgadas não são possíveis. Isto porque, afirmam os físicos do ICARUS, as partículas medidas no destino, em Itália, tinham exatamente a mesma energia das que partiram do acelerador de partículas “LHC” do laboratório CERN, na Suíça.
A argumentação vai no sentido de estudos recentes de cientistas norte-americanos terem demonstrado que neutrinos que ultrapassassem, mesmo por uma pequena percentagem, a velocidade da luz teriam de perder energia. Ora isto não se verificou nas partículas que, supostamente, foram detetadas no destino cerca de 60 nanossegundos antes da luz. Pelo contrário, dizem os cientistas do ICARUS, a energia medida é exactamente a esperada para neutrinos à velocidade da luz, e não mais.
Segundo o jornal britânico Daily Mail, estão a ser preparadas outras experiências, no “Fermilab” dos EUA, e no laboratório KEK, no Japão, para tentar repetir as medições realizadas pelo grupo do OPERA.
Até lá, a questão continuará em aberto...
A professora Ana Maria Pinto
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