Lucas Sá - 10ºA
INTRODUÇÃO
No passado dia 27 de fevereiro de
2012, entre as 10h20 e as 11h50, decorreu no anfiteatro da Escola Secundária
Pinheiro e Rosa uma palestra sobre o tema “O Livro na Era da Informática”,
proferida pela escritora Lídia Jorge. Estiveram presentes duas turmas do 10º
ano, uma de 11º ano e outra de 9º Ano da Escola Afonso III. Serve o presente
relatório para relatar os temas abordados na referida sessão.
DESENVOLVIMENTO
A sessão foi iniciada com
agradecimentos por parte de um membro da Direção da Escola pela presença da
escritora, evento que se realizava pela terceira vez. De seguida, e antes de se
ter passado a palavra a Lídia Jorge, o seu sobrinho, professor Joaquim
Rodrigues, fez um resumo dos dados biográficos e bibliográficos da autora. De
entre todos os referidos destaco os seguintes: Lídia Jorge nasceu em 1946, em
Boliqueime, no Algarve, e, desde pequena, sempre se interessou pelas letras; frequentou
a Escola Secundária João de Deus, em Faro, e formou-se em Filologia Românica na
Faculdade de Letras de Lisboa; além de escritora, foi professora do ensino
secundário e universitário, ocupou um cargo na Alta Autoridade para a
Comunicação Social; escreveu diversos livros (alguns dos quais adaptados para o
cinema/teatro, destacando-se: A Costa dos Murmúrios e A Maçon); ganhou vários prémios quer nacionais quer
internacionais. Penso que foi uma introdução breve à vida e obra da escritora,
sendo, no entanto, esclarecedora.
Foi então passada a palavra a Lídia
Jorge, que começou por agradecer o convite e congratular-se pelo facto da
Escola ainda ter um espaço chamado “Biblioteca”, pois tem-se assistido a uma
degradação deste espaço nas escolas do País, havendo cada vez mais a tendência
para a substituir por uma sala de recursos. Começou então a abordar o tema da
palestra. Na sua opinião, por vivermos na “Era da Informática”, somos cada vez
mais dependentes de aparelhos eletrónicos, algo que não devia acontecer. Lídia
Jorge chegou mesmo a comparar muitas pessoas dependentes a doentes terminais
que estão ligados a máquinas. Referiu a importância dos «Livros», a influência
que eles têm nas nossas vidas, salientou a situação histórica de Portugal como
um país de analfabetos e destacou o prazer que sentia ao ver crianças
entretidas com livros.
Lídia Jorge passou então a falar da
alfabetização na literatura e na arte. Para a escritora, existem no mundo,
neste momento, duas perspetivas: a do analfabeto em literatura e a de que uma pessoa só pode
ser realmente culta e um verdadeiro especialista a partir do momento em que se
alfabetiza nas letras e nas artes. A autora defendeu ferreamente a segunda
opinião, referindo que um médico não é verdadeiro médico, um advogado não é um
verdadeiro advogado, ou um neurocientista não é um verdadeiro neurocientista,
sem a cultura que apenas é possível alcançar através da literatura. Lídia Jorge
continuou a sua dissertação explicando que quem “vive” de livros em vez de
acessórios eletrónicos tem uma melhor capacidade de concentração, paciência,
escuta e compreensão, além de um conhecimento mais profundo. Para ilustrar este
ponto de vista, a escritora leu um excerto de Blaise Pascal, para explicar que uma pessoa que consegue viver
apenas com os livros e consigo própria é uma pessoa com uma boa educação. Lídia
Jorge defendeu que facilmente se distingue uma pessoa alfabetizada em
literatura de uma que não o é, ainda que por fora sejam iguais. Pessoalmente,
penso que este assunto (o da alfabetização na literatura e na arte) é de uma
grande importância para a autora, visto que o abordou longamente e com bastante
ênfase.
De seguida, e para poder convencer
os alunos de que a leitura é indispensável e interessante na formação de
qualquer ser humano, Lídia Jorge leu duas páginas de As Velas Ardem Até ao
Fim, de Sándor Márai e o poema “Caminhante”, de Antonio Machado. Para a autora,
dizer que a leitura é positiva e boa não é suficiente, é preciso mergulhar-se
nela, para se compreender realmente a sua implicação.
Para finalizar a palestra, houve
uma sessão de perguntas subordinadas à problemática da escrita, nomeadamente
sobre a inspiração para escrever e o impacto que as obras publicadas internacionalmente
têm na vida da escritora.
Depois, uma outra aluna interveio
para defender que, muitas vezes, os jovens não gostam de ler, porque a leitura
lhes é imposta. Sobre esta intervenção, Lídia Jorge clarificou a ideia da necessidade
de uma educação para a leitura que é da responsabilidade da instituição escola.
A «Escola» tem o dever de formar bons leitores, que só o serão, após a leitura de obras de
reconhecido mérito cultural e de autores de referência dentro da Literatura. A
leitura de obras obrigatórias constantes no programa da disciplina de Português
é, portanto, uma necessidade para alargar horizontes e lançar as bases para
leitores críticos.
Por fim, e porque o tempo já
escasseava, Lídia Jorge agradeceu mais uma vez o convite, bem a como a presença
de um auditório tão cheio.
CONCLUSÃO
Na minha opinião, a palestra foi muito
lucrativa, pois Lídia Jorge abordou assuntos atuais e
pertinentes, manifestou pontos de vista fundamentados e convincentes. Foi uma
experiência diferente e, por isso, faço um balanço bastante positivo. Como
ponto negativo, sinto-me tentado a apontar apenas o facto da autora se ter, por
vezes, alongado e repetido um pouco.
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